O combate a situações de pobreza e o aumento de justiça social passa por uma atenção muito particular aos portugueses com alguma condição de deficiência que diminui a sua respectiva capacidade de auferir um rendimento ou de atingir patamares de vida compatíveis com uma sociedade coesa e atenta a todos.
A taxa de pobreza em Portugal (cerca de 18% dos portugueses vivem com menos do que 40% do rendimento mediano) é uma realidade acentuada para os portugueses com deficiência. Um trabalho pioneiro elaborado por Wiebke Kuklys no Reino Unido identificou que, nesse contexto, a taxa de pobreza de pessoas com deficiência era 5 pontos percentuais à da taxa de pobreza geral. Mas, se tivermos em conta que o custo de vida, acesso a bens e serviços, a frequente necessidade que os deficientes de apoio (nomeadamente familiar ou assistência especializada) conduz à identificação de uma taxa de pobreza ajustada 30 pontos percentuais acima da taxa de pobreza geral. Em Portugal, este efeito representaria, que cerca de metade das pessoas com deficiência vivem em situações de pobreza, seria também o grupo mais exposto a esta condição.
Políticas adequadas devem começar por reconhecer este padrão e enfrentar, quer do ponto de vista fiscal, quer do ponto de vista do acesso um novo entendimento das condições necessárias para superar este relevante desafio.