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Novas Políticas

UM BLOG APOIADO PELO INSTITUTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

UM BLOG APOIADO PELO INSTITUTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

Novas Políticas

30
Set09

Novas Políticas

A existência do blog Novas Políticas chegou ao fim após as eleições do passado dia 27.

Tivemos muitos milhares de contributos, centenas de posts e comentários. Os textos publicados neste blog foram replicados e comentados em dezenas de outros.

O blog foi um espaço que complementou as actividades desenvolvidas ao longo do ano no Instituto, em que o site www.institutosacarneiro.pt foi a nossa sede.

Este foi mais um contributo para a abertura do PSD à sociedade, em particular às novas gerações, promovendo o debate político numa lógica nova, aberta, participativa e em rede, valorizando tanto as propostas como as análises e reflexões que permitiram a sua construção, como aconteceu com a nossa iniciativa www.portugal2020.pt.

Quero agradecer a vossa participação, visitas e comentários ao longo destes três meses, aproveitando para apelar para apoiarem as iniciativas dos candidatos do PSD às eleições autárquicas.

Muito em breve daremos nota de novas actividades do Instituto.

Alexandre Relvas

28
Set09

Hierarquia das Diferenças

Manuel Pinheiro

O Pedro Picoito diz quase tudo neste seu post excepto um ponto muito importante: as preferências do eleitorado. E destas é importante passar por cima da barragem do chamado "não conseguir passar a mensagem". Parece-me claro que muitas das mensagens de Manuela Ferreira Leite passaram, desde as PMEs à asfixia, do endividamento à questão dos grandes investimentos públicos passando pela necessidade de mudanças tranquilas nas políticas sociais, das diferenças entre o artificialismo de Sócrates e a transparência devida no discurso político. Tal como toda a gente percebeu a diferença de perfil entre Manuela Ferreira Leite e o Sócrates das licenciaturas, OCDE's, etc. O problema é que o eleitorado não valorizou estas diferenças. Podemos alegar que é sempre possível contratar um brasileiro melhor para empacotar a coisa e eleger um salesman em vez de um estadista, na esperança entusiasta nas capacidades da campanha. Como se pode alegar que algumas escolhas de MFL não vincaram estas diferenças, como a famosa questão António Preto. O argumentário é longo, mas houve algumas opções claras sobre a mesa e houve uma hierarquia de preferências da maioria que nos foi desfavorável. Numa escolha aparentemente sem custos não me parece que só se mude se o produto for muito melhor e não apenas melhor, a não ser que Sócrates gere habituação. Mesmo com os problemas que o Pedro aponta (e com os quais concordo), com as divisões internas no partido e com a imprensa a não fazer um trabalho propriamente exemplar, no final do dia o eleitorado avaliou a coisa e 36,5% preferiu o que tinha.

28
Set09

O “Case Study”

Eugénia Gambôa

É conhecida a tendência dos ciclos políticos se prolongarem por dois mandatos. Um fenómeno que resulta por um lado de uma inércia sistémica e resistência à mudança, e por outro lado da percepção pública, enfatizada pelo partido que ocupa o poder, de não ter havido tempo para concretizar os projectos em curso.

Em Portugal este princípio tem sido particularmente evidente nas eleições presidenciais, nas eleições autárquicas mas também já pode começar a ser aplicado (nas legislaturas que terminam o seu mandato) às legislativas. Apenas seguindo este princípio a vitória do PSD no passado dia 27 teria sido um fenómeno, digno de séria análise política. Mas uma outra razão teria tornado essa vitória uma verdadeiro “case study” político. Em confronto directo estiveram duas dinâmicas de campanha muito à imagem e semelhança dos respectivos líderes. O PSD optou por uma campanha sóbria, de orçamento controlado, distante das técnicas de marketing e do tom de festa triunfalista. Confiou que as razões que assistiam ao seu projecto (excessivamente dependente do descontentamento acumulado, assente na realidade mas muito defensivo) seriam suficientes para conduzir à mudança. Confiou que os Portugueses, eles próprios sujeitos a dificuldades se reveriam nesta escolha deliberada. Perdeu. Pelo contrário, o PS apostou nas mais modernas técnicas de campanha, gastou forte e feio, fez uma campanha profissional, calculada ao milímetro e sem erros políticos. Ganhou. Nada de novo.

Para quem gosta e olha para a técnica política de uma forma fria e não romântica era expectável. Goste-se ou não, no Séc XXI já só é possível fazer campanhas feitas à medida dos Media. Não basta ter razão, para o bem e para o mal, é preciso “vender” a imagem que se tem razão. Em ciência o erro é também e sobretudo uma oportunidade. E é como oportunidade que encaro o resultado das eleições do passado Domingo.

25
Set09

Juntos exactamente com quem?

Manuel Pinheiro

Que a campanha socialista descola da realidade sem problemas de consciência na proporção já todos percebemos. Poucas frases são mais demonstrativas do fenómeno do que o "juntos conseguimos" ao lado de mais uma fotografia de Sócrates. O problema é que o candidato socialista é um caso crónico do fenómeno oposto, que resulta na incapacidade de agregar à sua volta entendimentos de compromisso fora da sua teia tradicional de interesses. Tentativas de construção de algo com Sócrates resultam mais cedo ou mais tarde em fracasso, foi assim com diversas classes profissionais ou com partidos políticos. Sócrates é incapaz daquilo que os americanos chamam "reach across the aisle", a sua vocação é de controlo, não de entendimento e partilha. Por isso alarga o poder do partido ao estado e à administração pública e a quem com eles se relaciona. Onde não existe ligação, Sócrates vê como oportunidade o potencial de intervenção e optará sempre pelo cenário que alargue a sua capacidade de intervenção directa, como a lamentável passagem de Armando Vara & Cª para o BCP mostrou entre tantos outros casos ao longo da legislatura. Como estratégia de controlo a palavra retaliação passou a ser comum como referência a São Bento logo desde as primeiras semanas de governo, passado algum tempo estava já na ofensiva alargando os seus instrumentos de poder directos e que ele, sozinho, tal como ambiciona, controla.

25
Set09

Sobre o voto

Nuno Gouveia

As últimas sondagens foram claras em dois aspectos: apresentam o PS em vantagem e um número de indecisos elevado. A levar as sondagens a sério (não esquecer lição das europeias), o resultado final é ainda uma incógnita, e com vários cenários em aberto. Todos os que desejam a "reforma" antecipada de José Sócrates têm várias alternativas à sua disposição. À esquerda podem votar na CDU ou no BE, e à direita no PSD ou no CDS. Mas, apesar de todos os partidos jurarem querer derrotar o PS, sabemos que apenas um o pode fazer na realidade. Os partidos da extrema-esquerda querem uma vitória fraquinha do PS, para o poderem condicionar, e quem sabe, partilhar o governo. O CDS, que acredito que prefira uma vitória do PSD, luta ter um grupo parlamentar forte, e fazer valer a sua agenda. Que tanto pode ser com o PSD como com o PS. O CDS não luta para derrotar José Sócrates, pois isso não está ao seu alcance. Um voto no CDS pode também ser pela manutenção do PS no poder.

Não é uma questão de voto útil ou inútil (todos são úteis, na medida que representam um direito democrático), mas sim de prioridades. E todos sabemos quem é que pode arredar Sócrates do poder. Essa é a grande questão destas eleições, e que os eleitores devem equacionar na hora do voto. A mudança nestas eleições é protagonizada apenas pelo PSD. Por muito que nos queiram dizer o contrário.  

 

25
Set09

A armadilha diabólica

André Abrantes Amaral

Uma das mensagens que o PSD passou nesta campanha foi a do risco do endividamento público e privado que se agravou durante esta legislatura. É este endividamento que tem esmagado a economia, as empresas e as famílias. É este endividamento que trucida a nossa competitividade, impede a renovação do nosso tecido empresarial, o crescimento económico e tem conduzido ao desemprego milhares e milhares de pessoas.

 

O PS não olha com preocupação para o endividamento. Se o fizesse, assustava-se. Pelo contrário, o PS está eufórico. Há 13 anos que os socialistas carregam na Procura e estimulam o consumo, para fazer crescer a economia. Sempre à custa da qualidade dos serviços, à custa da rentabilidade do trabalho, à custa da evolução normal de uma economia que não pode respirar, porque o Estado a atrofia com impostos, regras e directivas. O preço está ser alto. O desastre vai ser atroz.

 

Hoje trabalhamos para pagar o peso em que se tornou o Estado. Amanhã, trabalharemos para pagar o monstro em se que vai tornar a dívida pública. Uma armadilha diabólica.

25
Set09

A sério?

Luciano Amaral

Só um evento pode explicar o salto tão grande do PS nas sondagens entre a semana passada e esta: o caso das escutas. Não estou a ver mais nada, a não ser que campanhas histéricas como a do PS resultem, o que é mau sinal. Mas ao mesmo tempo não entendo o que o caso das escutas tem a ver com o PSD. Como Manuela Ferreira Leite disse: "é uma questão da Presidência da República". Eu acho o mesmo e acho também que é assim que deve continuar a ser. O PSD nada tem que ver com a história.

Claro que há outra hipótese para os resultados das sondagens, e se calhar aquela que é mesmo verdadeira: vão dar barraca outra vez...

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